Conheça algumas dicas para criar o seu portfólio de qualidade – depois de já ter o seu acervo de trabalhos ou mesmo antes de ter o seu primeiro cliente!
Hoje em dia, um portfólio não é apenas uma coleção de amostras de trabalho. É uma oportunidade para se dar a conhecer e para apresentar a sua própria marca pessoal – no fundo, para mostrar quem é, o tipo de trabalho que faz e como o faz, quais são os seus objetivos, e com quem quer realmente trabalhar.
Desta forma, o cliente não vai encontrar um portfólio igual a muitos, apenas com uma listagem dos seus trabalhos – vai formar uma opinião de si enquanto pessoa e profissional. E isso, sim, fará a diferença entre centenas de outros portfólios. Mesmo que ainda não tenha muitos trabalhos para apresentar, há muito que pode fazer para criar um portfólio dinâmico que mostre as suas melhores qualidades.
Um portfólio online é a forma mais fácil e rápida para mostrar o seu trabalho. É a sua montra criativa pessoal, sempre disponível – 24 horas por dia, 7 dias por semana e 365 dias por ano. O mundo inteiro pode ver o seu trabalho, desde que ligado a um dispositivo.
Mas será que esta máquina de vendas silenciosa está a trabalhar de forma correta? Se tem dúvidas, agora é o tempo para agir! Veja como.
1. Escolha a sua plataforma.
Começamos com uma boa notícia: existem muitas opções!
A recomendação é ter um website próprio – obter um domínio personalizado, investir num alojamento e configurar um website em WordPress.
Porquê WordPress? Porque é fácil de usar, extremamente flexível e tem um bom suporte, além de que é o CMS mais usado em todo o mundo. Contudo, caso o tempo não seja um bem que possa dispor, poderá sempre recorrer a serviços externos para fazerem isso por si.
Também é recomendável que o seu portfólio esteja em outras plataformas para além do seu website próprio, como, por exemplo, Behance, Dribbble, CarbonMade ou Cargo Collective. Mas tenha em atenção: nunca abdique de ter o seu website, mesmo que já esteja presente em outras plataformas de portfólio. É importante ter a sua própria “casa digital”!
2. Seja seletivo.
Não é necessário expor todos os trabalhos que realizou; de facto, até é improducente, porque torna o portfólio pesado e de difícil navegação. As pessoas têm períodos curtos de atenção, principalmente quando navegam na Internet; por isso, não lhes dê motivos para se perderem e procurarem outro portfólio.
Assim, reserve algum tempo para fazer uma seleção cuidada, e exclua tudo aquilo de que não se orgulhe ou que considere que não é o seu melhor.
Na verdade, aquilo que colocar no seu portfólio é aquilo que vai obter. Se não quiser trabalhar com determinado tipo de clientes, não mostre esse tipo de trabalho no seu portfólio.
Além disso, evite colocar trabalhos que tenham mais de 3 anos. As tendências, as técnicas e a tecnologia mudam rapidamente, e colocar trabalhos antigos vai parecer que está desatualizado. Mostre que está na vanguarda!
E se ainda não tiver nenhum cliente? É fácil: só precisa de alargar a sua definição de portfólio – não tem que conter apenas trabalhos pagos por clientes! Pode incluir trabalhos que tenha feito no seu tempo livre ou projetos que tenha desenvolvido na faculdade. Por exemplo, se fez um website de receitas culinárias para a sua mãe, ou se fez uns flyers para o café que frequenta todos os dias, isso pode ser incluído no seu portfólio e vai mostrar aquilo que é capaz de fazer. Consequente, vai também ajudá-lo a ter os seus primeiros trabalhos pagos.
Se nenhuma destas hipóteses lhe parecer viável, porque não pôr mãos à obra e trabalhar para um cliente imaginário? A melhor das vantagens: pode escolher livremente os seus projetos e, dessa forma, serão absolutamente fiéis à sua assinatura criativa!
E nem precisa de ser principiante para fazer isso. Mesmo os designers mais experientes fazem-no com frequência – para melhorar competências, acompanhar novas tendências e experimentar soluções novas.
3. Use sempre mockups.
Qualquer que seja o seu trabalho (PDF de uma revista ou um poster), procure sempre mockups na internet.
Por exemplo, o site Graphicburger oferece ficheiros PSD gratuitos com layers para colocar o seu trabalho e, dessa forma, parecer que o trabalho foi fotografado por profissionais.
Não tire uma fotografia ao seu monitor para mostrar o website que fez – é um tiro no pé. Seja profissional e tenha uma apresentação profissional!
4. Explique “o quê” e “o como”.
Este ponto pode fazer a diferença entre ter ou não ter o seu trabalho de sonho.
É importante que diga exatamente o que cada item do seu portfólio é. Os clientes podem assim saber de forma clara e imediata o que estão a ver, e é também uma oportunidade de incluir alguma outra informação (curta!) que incite a curiosidade e faça com que o cliente clique no trabalho para o conhecer melhor.
O que, então, poderá incluir? Explique como realizou o trabalho. Descreva as especificações e o objetivo do projeto. Refira como chegou àquela solução, as ferramentas e os métodos utlizados, dificuldades que ultrapassou, o que aprendeu. Sabemos que não é fácil sintetizar toda esta informação (pois convém que não seja longa!), mas desta forma irá envolver e entusiasmar o cliente, além de transmitir acertadamente aquilo que pode oferecer e aquilo que podem esperar de si.
5. Inclua informação sobre outros projetos.
Este aspeto pode ser fundamental. Se faz parte de algum grupo ou organização, ou se participou em eventos ou em alguma ação comunitária, isso deve ser referido. Porquê? Porque o vai valorizar. Como?
Participar em eventos da sua área mostra que se preocupa em manter-se atualizado, e que não é adepto da filosofia “agora que já saí da faculdade, sei como fazer.” Na verdade, uma licenciatura é uma licença para aprender. Quem o contratar pode contar com alguém que procura melhorar continuamente, e que não vai estagnar no tempo.
Por outro lado, outras ações não profissionais como, por exemplo, voluntariado ou envolvimento comunitário, também devem ser referidas. Isso vai transmitir os seus valores humanos, e o sentido de ajuda, de colaboração e de entrega é altamente valorizado no mundo profissional.
Contudo, tenha em atenção para evitar cair no excesso. Faça uma seleção criteriosa de aspetos que mais o irão valorizar, como pessoa e como profissional.
6. Obtenha testemunhos de satisfação.
á pensou como é que algumas pessoas conseguem testemunhos tão bons nos seus portfólios? Não é apenas devido ao trabalho excelente que fazem – estes testemunhos são solicitados diretamente aos clientes.
Não fique à espera que alguém lhe diga quão bom é. Sempre que terminar um trabalho de que se orgulhe, peça ao cliente um testemunho de satisfação, a par da respetiva autorização para publicar no seu portfólio.
Se ainda não tem clientes, peça a um colega para escrever algumas frases sobre a experiência de ter trabalhado consigo. Valores como honestidade, seriedade, rigor e comunicação podem ser destacados. E claro, retribua o favor!
Dica extra: muitas pessoas estremecem ao pensar que têm de escrever um texto, mais ainda se for um testemunho de satisfação. Assim, anteveja esta dificuldade e facilite a vida ao seu cliente ou ao seu colega. Disponibilize um rascunho feito por si, para que o possam aprovar, e assim não tenham que despender tempo e energia numa tarefa que, para muitos, pode ser um desafio.
7. Seja voyeur.
É importante observar aquilo que as outras pessoas fazem. “Espie” os trabalhos que os outros estão a fazer e use-os como inspiração para o seu próprio portfólio.
Reserve algum tempo a navegar em outros portfólios e em abordagens criativas que estejam a ser tendência. Claro que, com isto, não estamos a incentivar ao plágio. Escolha uma ideia com a qual se tenha identificado e transforme-a numa outra – a sua ideia. Por exemplo, pode ter ficado fascinado com um logótipo e refazê-lo de acordo com o seu próprio estilo.
Inspire-se com os melhores e mantenha-se em movimento!
O seu portfólio é uma amostra do seu sangue, suor, talentos e triunfos. É a sua marca; orgulhe-se dela.
Agora, mostre-se ao mundo!